Promoção de operadora estimulou jovens a usarem SMS para bate-papo.
Estudante diz que chega a receber mais de mil mensagens por semana.
Uma promoção de uma operadora que oferecia 10 mil mensagens SMS de graça por mês mudou a forma como os jovens de Presidente Figueiredo (AM) se comunicam. Como a internet é instável e o sinal 3G, para conexão móvel, chegou apenas no final de 2010 ao município, o SMS foi a melhor forma encontrada pelos jovens para conversar com os amigos.
Na série lig@dos, o G1 vai mostrar como pessoas de diferentes locais se relacionam com a tecnologia. Na primeira etapa, mostraremos três cidades em diferentes estados da região Norte do país. Mande suas perguntas na área de comentários ao final da reportagem.
“Dependendo da sua agilidade, você pode teclar com até 10 pessoas ao mesmo tempo”, diz Paulo Dias, de 23 anos, estudante e vendedor de uma loja de eletrônicos da cidade. Só nesta semana, ele afirma ter recebido mais de mil mensagens. “É como se fosse um bate-papo do Messenger. Você diz ‘oi, tudo bem?’ e a pessoa responde”, conta Paulo. “Eu sempre acordo de manhã com umas 10 mensagens não lidas”, completa.
Uma de suas amigas preferidas de bate-papo é sua colega Suzana Alcântara, de 24 anos. “É viciante. Quando a pessoa não responde, fico agoniada. Acredito que é a melhor forma de conversar porque é mais prático que as redes sociais”, comenta.
de 17, já conheceram pessoas novas por SMS
(Foto: Laura Brentano/G1)
A nova mania da cidade já recebeu até um nome: “Viradão”. “Você começa a enviar as mensagens e conversar com várias pessoas até de madrugada. Viramos a noite teclando por SMS”, explica Suzana.
Assim como em chat, no "viradão" também é possível conhecer pessoas novas. "Alguém deu o meu número para esse menino, que começou a me enviar mensagens. Agora, conversamos sempre por SMS", diz Walidiana Araújo, de 17 anos. "Ele disse que me 'adicionou' porque me achou bonita, mas eu ainda não descobri quem é ele", conta.
Na loja em que Paulo trabalha são vendidos dois smartphones com acesso à internet: o Scarlet II, da LG, e o Galaxy 5, da Samsung. Paulo tem um celular inteligente da Nokia desde que o 3G chegou à cidade, em 2010. No entanto, não é todo jovem em Presidente Figueiredo que consegue comprar um aparelho de marca conhecida, mesmo a cidade contando com três operadoras e tendo sinal de celular desde 2000.
Para quem quer ter um smartphone em um plano pré-pago, a melhor opção é recorrer aos “importados” vendidos nas lojinhas da cidade. “A maioria é ‘Made in China’, tem uma marca desconhecida e sempre dá problema”, afirma Suzana, que comprou um smartphone importado há 2 anos. Na época, um aparelho de uma marca boa custava mais de R$ 1 mil no plano pré-pago. Ela acabou optando por um”Made in XinTai”, como apelidou o aparelho, por R$ 400.
Ricardo tem uma loja de importados no centro de Presidente Figueiredo há 12 anos, e há 4 ele vende celulares genéricos. “Sempre vou para São Paulo, na Rua 25 de Março, para trazer os aparelhos”, conta. O iPhone, da Apple, é artigo raro na cidade. Nenhuma loja vende e poucas pessoas já viram um ao vivo.
em três dias. Apenas dois eram smartphones
(Foto: Laura Brentano/G1)
Outra opção para os moradores de Presidente Figueiredo são as lojas on-line. Foi o caso do chefe de Suzana. Segundo ela, em 2010, ele chegou a encomendar 5 aparelhos no Mercado Livre. Um ficou para ele, e os outros foram vendidos. “É muito mais barato comprar na web”, afirma ela.
Uma revendedora da Vivo da cidade de Manacapuru (AM) levou para Presidente Figueiredo, durante 4 dias, uma lojinha da operadora. A primeira loja da Vivo chegará à cidade em 23 de maio. Em três dias, a ação conseguiu vender no município cerca de 30 modens para internet banda larga via 3G e 50 celulares, a maioria pelo plano de R$ 35 mensais. Desse total, segundo a revendedora, apenas 2 aparelhos eram smartphones.
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