'Papéis se confundem e há conflito de interesses', afirma psicólogo.
Silva lembra que incompatibilidades podem diminuir na faculdade.
O psicólogo e professor da Universidade de São Paulo (USP), Ailton Amélio da Silva, vê com ressalvas o namoro entre professores e alunos. Para o especialista, a maioria destes relacionamentos são danosos e problemáticos, pois apresentam conflitos de interesse.
“A garota vai à aula para aprender a matéria? O professor está mais preocupado em ensinar ou seduzir? Os dois papéis se confundem e é difícil não haver conflito de interesse. Além do mais, a qualidade do ensino provavelmente não será a mesma", diz.
Silva explica que o papel que o professor ocupa causa fascínio, o que entre outras virtudes, favorece o início de um relacionamento. “Ao ficar na frente da sala, o professor mostra poder, segurança, tem oportunidade de expor suas qualidades, de mostrar o quão legal ele é. Junta uma porção de coisas que fora da sala de aula também favoreceria o início de um relacionamento amoroso”, afirma Silva.
O especialista reforça que o relacionamento entre professores e alunos pode ser ainda mais complicado durante o ensino médio quando os alunos têm menos de 18 anos. "A grande desvantagem é se o aluno é menor, pode caracterizar pedofilia", diz.
Para ele, no ensino superior, as incompatibilidades diminuem já que geralmente a idade entre professor e aluno pode ser mais próxima. “Depende do grau de maturidade do casal, do quanto os dois conseguem separar as coisas, mas mesmo assim ainda existe uma confusão de papel.”
A recomendação do psicólogo é para que o casal, caso haja um interesse recíproco, entre em um consenso e inicie um relacionamento após cortarem os vínculos escolares.
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