Profissão tem taxa zero de desemprego, diz neurologista.
Carreira exige vocação e facilidade para lidar com pressão.
Para ser médico é necessário ter vocação e enfrentar um vestibular concorrido. A dedicação, no entanto, tem contrapartida no mercado de trabalho. Talvez seja a única carreira que tenha taxa de desemprego zero no Brasil, segundo o médico e professor da Faculdade Estácio de Sá, Flavio Henrique de Rezende Costa.
Mestre em neurologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Costa, de 34 anos, diz que o mercado de medicina está muito aquecido e existe demanda para todas as áreas. "Há uma estimativa de que no Brasil há cerca de 350 mil médicos e que deveria existir no mínimo 500 mil", afirma.
O déficit pode ser verificado principalmente na área de assistência básica, como nas unidades básicas de saúde e nos programas de saúde na família, de cidades do interior e periferias das metrópoles. Médicos especializados em emergência, terapia intensiva e especialidades cirúrgicas de alta complexidade também estão em falta no mercado, segundo Costa. O grande empregador é o setor público.
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Para seguir carreira, no entanto, é necessário ter paciência entre outras virtudes. "A graduação sozinha não é suficiente. É um projeto de longo prazo de nove a 11 anos para se tornar um médico especialista", diz Costa.O neurologista lembra que a profissão exige uma grande capacidade de lidar com pressão. "Tem de ter vocação, porque é uma carreira desgastante", diz. Para ele, o estudante também tem de desenvolver os aspectos humanistas, como solidariedade e vontade de ajudar.
O curso de graduação em medicina tem seis anos de duração. Os dois primeiros anos são básicos com matérias de anatomia, biologia, bioquímica, entre outras. Nos dois anos seguintes há as disciplinas clínicas e cirúrgicas, e nos anos finais há o curso prático que ocorre dentro dos hospitais universitários. O período final também é chamado de internato médico.
Ao concluir a graduação, o estudante escolhe a especialização e opta pela residência médica ou por curso de pós-graduação lato sensu. A maioria, segundo Costa, escolhe a primeira opção, pois a carga de 60 horas semanais é totalmente prática e ocorre em um hospital público.
A especialização dura no mínimo dois anos, mas pode chegar a cinco, no caso da neurocirurgia. Se o estudante quiser parar de estudar após concluir a graduação, ele se torna um médico generalista. Porém, de acordo com Costa, é muito raro um estudante não se especializar.
Durante a residência, o estudante recebe cerca de R$ 2.200 por mês referente a bolsa do Ministério da Educação. A partir do segundo ano de residência, os médicos podem dar plantões extras fora do hospital, o que possibilita um ganho de até R$ 5.000.
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