Alunos mostraram melhora nas notas e no rendimento, diz educadora.
Estudantes voluntários ensinam jogo para outras crianças de Apiaí (SP).
Estudantes jogam xadrez em tabuleiro gigante
montado na E. E. Antonia Baptista Calazans Luz,
em Apiaí (SP) (Foto: Arquivo pessoal)
Uma vez por semana a professora de matemática Janice Corrêa Prestes, da escola estadual Professora Antonia Baptista Calazans Luz, em Apiaí, na região do Alto do Ribeira, no interior de São Paulo, dispensa o giz e a lousa para jogar xadrez com seus alunos. A prática, segundo a professora, ajuda os estudantes a ter mais concentração, a desenvolver suas habilidades cognitivas, a ser mais observadores, mais reflexivos e mais analíticos. Além disso, o jogo dá lições de respeito, ética, incentiva a amizade e a participação em competições. O xadrez também é usado em propostas de aumentar a autoestima do aluno e de combate ao bullying.montado na E. E. Antonia Baptista Calazans Luz,
em Apiaí (SP) (Foto: Arquivo pessoal)
“Noventa por cento dos alunos gostam das aulas. Isso numa época de internet, computadores. Eles percebem que o jogo faz diferença na vida deles. A máquina não tem vida. Quando vão jogar, prestam atenção no outro, no olhar, na respiração”, disse Janice. “Quando analisam a jogada, eles têm que fazer uma síntese como nos exercícios." Segundo ela, cada peça do xadrez tem um significado que pode ser usado para desenvolver a autoestima do estudante.
arte xadrez (Foto: Editoria de Arte/G1)
A professora Janice Corrêa Prestes desenvolveu
projeto para o uso do xadrez como forma e combate
ao bullying (Foto: Arquivo pessoal)
Milena Gabriely dos Santos, de 17 anos, faz o terceiro ano do ensino médio. Tem aulas com a professora Janice desde a 5ª série. “O tabuleiro é matemática. O número de casas pode ser representado por uma fração, dar noção de simetria, equivalência, de horizontal, vertical, diagonal. Usei em um trabalho sobre cônicas e polígonos”, disse. A adolescente já decidiu que vai prestar vestibular para medicina. “O xadrez ajuda a lidar com o futuro, a tomar decisões sob pressão, a pensar nas consequências do que fazemos.”projeto para o uso do xadrez como forma e combate
ao bullying (Foto: Arquivo pessoal)
Hoje, cerca de 20 alunos de Janice são voluntários em outras escolas no contraturno das aulas. Ensinam xadrez a outros estudantes. Jogam em casa também, com irmãs, primos, amigos e fazem de tudo para ensinar aos pais.
Emanuele Aparecida Corrêa Camargo e Deiciane Jhenielly de Almeida Cunha, ambas de 15 anos e alunas do segundo ano do ensino médio, fazem parte do grupo de voluntários. “Queria passar algo para alguém. Está sendo bom de ver meus alunos aprendendo”, disse Emanuele. “Fiquei mais próxima da minha família, mais paciente, o jogo me trouxe mais calma”, disse Deiciane.
Xadrez na sala de aula (Foto: Arquivo pessoal)
Combate ao bullyingCom um prêmio em dinheiro que o projeto ganhou, a escola construiu um tabuleiro e peças gigantes para os alunos jogarem no pátio. Os alunos criaram uma gincana com perguntas de matemática e conhecimentos gerais. Quem acerta caminha no tabuleiro gigante.
Há dois meses, os alunos criaram um projeto de combate ao bullying e ao preconceito em que usam o xadrez. Os estudantes usaram as peças do jogo para falar sobre o bullying às pessoas que passavam pela praça da cidade. Alguns consideram que o peão é nada, mas dependendo da jogada, pode ser a peça mais importante. O cavalo tem força, mas não pisa nos adversários", destaca a professora.
O projeto do uso do xadrez nas escolas, da professora Janice, levou o deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL) a escrever um projeto de lei que obriga todas as escolas a ensinar xadrez aos estudantes. O texto já passou por comissões da Assembleia Legislativa e está na fila para votação no plenário.
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